Edson Celulari comenta sua atuação em "Hairspray" no 'Marília Gabriela Entrevista'

Posted segunda-feira, abril 12, 2010 by Fernanda Borge Gabriel


O programa “Marília Gabriela Entrevista” deste domingo (11), às 22h, tem Edson Celulari como convidado. Ele conta como foi o processo de criação da personagem Edna, uma mulher gordinha e meio absurda, na peça “Hairspray” que está em temporada em São Paulo. O ator fala ainda sobre como lida com a fama e o início da carreira em Bauru, sua cidade natal.

Celulari afirma que para construir ‘Edna’ teve um árduo trabalho corporal e de voz para passar uma mensagem verdadeira ao público. “Cantar, dançar e andar de salto alto é sempre uma dificuldade”, comenta rindo. “Acho que conseguimos imprimir um jeitinho brasileiro ao musical. O Miguel (Falabella) tirou aquela rigidez dos musicais da Broadway, isso ajudou a compor a personagem de uma maneira mais espontânea”. E acrescenta: “Ele é um homem de teatro, nos estimula o tempo todo. Com um elenco de 35 pessoas, isso é fundamental”.

Os preparativos para interpretar uma mulher

Peruca, cílios postiços e muita maquiagem, além da prótese de sete quilos, são usados no espetáculo para “montar” a personagem. Indagado por Gabi se não se sente sufocado, revela que a prótese é feita de látex e espuma e tem as bandas dos glúteos independentes para dar mais molejo e rebolado. Reconhecido no meio artístico como um ator discreto e sério, Celulari conta que seu maior desafio foi perder o pudor para criar gestos femininos. “Um dia eu estava dando autógrafos e tirando fotos com fãs e percebi que estava dando pinta com a ponta do pé”, conta o entrevistado mostrando uma pose feminina.

O ritmo acelerado da peça tirou o ator da atuação em novelas, pelo menos até o segundo semestre, quando já tem convite para voltar à telinha. “Antes eu até conseguia conciliar, mas atualmente as novelas são feitas com maior acuidade tecnológica e isso toma mais tempo. Além disso, preciso preservar a voz para não comprometer o espetáculo, passo o tempo todo tomando cuidado com frio, vento, ar condicionado, falta de sono, enfim tudo que possa prejudicar minha voz”, complementa o ator.

O início da carreira

Desde sempre, Edson Celulari sabia que queria ser ator. O início da carreira, em Bauru, onde aos 15 anos fazia teatro amador escondido dos pais, teve um lance que marcou sua vida. “Um dia escrevi um monólogo e mostrei para meu pai, que ficou muito emocionado e me perguntou se havia escola para isso”, relembra o ator, que foi cursar a EAD (Escola de Arte Dramática) na USP e não parou mais. “Bauru tem filhos ilustres”, brinca Celulari. “Mauro Rasi também é conterrâneo.” Ele conta que a cidade não tinha sequer um teatro, os atores se apresentavam em clubes. Recentemente envolveu-se numa campanha para a construção do Teatro Universitário que leva seu nome.

Quanto às posições políticas, o artista diz: “Por ser uma pessoa pública procuro não influenciar o público com minhas opiniões. Claro que incentivo o voto, mas não faço campanha política.”

Para finalizar, Gabi pergunta o que mais o irrita na carreira e o que mais o agrada na profissão; ao que responde: “O que me irrita é ter que sempre partir do zero, em cada trabalho. Mesmo que você não seja um iniciante. Ser ator, no Brasil é muito difícil. Em teatro, tudo que fiz, eu produzi. Hairspray é a primeira peça em que atuo só como ator,” desabafa. “Já o que sempre me emociona é essa comunicação direta com a platéia, a cada espetáculo. Isto é mágico.”

Frase do entrevistado Edson Celulari: “Que eu tenha paciência de entender o que não posso mudar, coragem para mudar aquilo que posso e sabedoria para distinguir uma coisa da outra.”

Fonte: Globo.com, GNT

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