Atriz Viaja pelo Brasil em novo Musical

Posted terça-feira, março 02, 2010 by Fernanda Borge Gabriel


A atriz e produtora Claudia Raia chega ao Rio com o espetáculo itinerante “Pernas pro Ar” (vídeo aqui), em que contracena com onze atores, cantores e bailarinos, acompanhados de orquestra ao vivo. Com argumento de Luiz Fernando Veríssimo e texto de Marcelo Saback, a história narra - através de grandes sucessos da música mundial - fantasias de uma dona de casa que sonha em mudar de vida. Claudia conta detalhes da produção. São três anos desde a produção “Sweet Charity”.

Quando começou a pensar no novo musical?
Depois de “Charity” fiz duas novelas. Só neste espetáculo estou envolvida há quase um ano. Ele surgiu de um sonho, literalmente. Sonhei que estava em um espetáculo dentro de uma caixa e que andava pelo Brasil inteiro. Queria contar a história de uma mulher, falar sobre o universo feminino. Luís Fernando Veríssimo entendeu a ideia e escreveu uma
peça maravilhosa.



É o primeiro musical que Cacá Carvalho dirige. Por que convidou um diretor sem experiência no segmento?
O Cacá é a coisa mais inusitada. Ninguém esperava vê-lo em um musical. Ele trouxe tantas coisas boas. “Pernas pro Ar” ganhou uma credibilidade dramatúrgica por sua direção. E agora ele é um homem de musical, é muito engraçado. Com Cacá neste projeto, a dramaturgia está no mesmo nível da dança e do canto e isso é um diferencial.

O espetáculo excursionará por muitas cidades do Brasil?
O perfil é esse. Temos mais de 10 cidades já agendadas. Minha vontade é chegar mais perto do público, principalmente de quem nunca foi ao teatro, e popularizar o gênero que é caro em todo o mundo, não só aqui. Graças aos patrocinadores e a Lei Rouanet, conseguimos ter ingressos a partir de R$ 40,00, uma forma de atrair o espectador que acredita que musical é caro demais.

“Pernas pro Ar” tem estrutura de superprodução, mesmo sendo itinerante?
Trabalhamos com projeções 3D. O espetáculo é invadido a todo tempo com cenários virtuais. São projetores e 12 computadores operando ao mesmo tempo. Temos três carretas de 30 metros para transportar a estrutura. Além disso, temos uma equipe de 51 integrantes. Em Manaus, por exemplo, transportaremos tudo de balsa. Vai ser uma loucura.



Quem criou esta estética para a montagem?
Ela foi criada por mim, Wolf Maya e Alonso Barros, que é o coreógrafo e codiretor do projeto. O espetáculo tem uma estética moderna, completamente diferente do tradicional. Claro que para nos jogarmos nesta tecnologia pagamos ônus, porque é novo para todo mundo. Mas eu prefiro correr esse risco a cair na mesmice. É isso que me move.

O projeto também tem seu lado social. Fale desta iniciativa.
Isso tudo só tem um sentido: que é trazer o público para o musical. Nosso plano é convidar comunidades carentes de cada cidade, ligadas a canto, dança e arte cênica, para assistirem nosso ensaio geral. Depois ministramos palestra e
apresentamos making of com cada vertente que a produção de um espetáculo envolve. Uma maneira de encontrar outros profissionais e descobrir novos talentos.

Fonte: A Gente Se Vê no Teatro (Globo)

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